A decisão que autorizou a prisão temporária do secretário de Transportes de São Paulo Alexandre Baldy (PP) nesta quinta-feira, dada pelo juiz federal Marcelo Bretas, mostra os diálogos que um dos colaboradores com o Ministério Público Federal combinava diretamente com o ex-ministro os encontros onde os pagamentos eram realizados.
Diz um trecho do expediente: “O diálogo travado entre Baldy e Edson, localizado no aparelho celular do colaborador, aponta que eles se encontraram no aeroporto em novembro de 2014 e que isso era algo comum. Veja, Edson pergunta onde deveria encontrar Baldy e esse responde “quer me encontrar lá no Hangar”, ao passo que Edson questiona “é em qual? naquela da outra vez? A da voar?””.
Edson é Edson Giorno, um dos funcionários da OS Pró-Saúde, que teria sido beneficiada pelos esquemas de Baldy. Preso, ele se tornou colaborador da Lava-Jato.
A decisão narra ainda que os dados obtidos com a quebra do sigilo telefônico apontam para a vinculação entre Edson, Baldy e Rodrigo Dias, primo do secretário e um de seus parceiros no suposto esquema. Segundo o MPF, “há inúmeras ligações telefônicas entre os três, principalmente no segundo semestre de 2014, quando ocorreu o suposto pagamento de vantagens indevidas”.