Defensoras e defensores públicos de diversos estados vão participar na próxima segunda-feira, 19, de mutirões itinerantes de atendimento à população em situação de rua em capitais do país.
A presidente da Associação Nacional de Defensoras e Defensores Públicos (Anadep), Rivana Ricarte, afirma que a campanha busca garantir acesso à justiça e direitos, como a construção de políticas públicas voltadas para a moradia digna.
Além de ser o Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua, a data marca os 20 anos do episódio conhecido como “Massacre da Sé” ou “Chacina da Praça da Sé”, quando, entre os dias 19 e 22 de agosto de 2004, sete pessoas foram mortas e outras oito ficaram gravemente feridas enquanto dormiam nas ruas da região da Praça da Sé, em São Paulo.
Haverá mutirões de atendimento nas capitais dos estados de Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins.
Durante os atendimentos, os defensores pretendem promover acesso à justiça, dignidade e acolhimento para o grupo.
Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que mais de 281.000 pessoas estão em situação de rua no Brasil. A maior concentração desse grupo está na região Sudeste.
O estado de São Paulo tem o cenário mais crítico, concentrando quase metade da população em situação de rua de todo o Brasil: 86.782 pessoas, das quais 53.475 estão na capital.
Em seguida, vêm Rio de Janeiro (13.719), Belo Horizonte (11.517), Salvador (7.724) e Brasília (7.276).
O estudo do Ipea mostra que 87,5% das pessoas em situação de rua são homens e pelo menos 68% são negros. A maioria tem entre 18 e 64 anos.