A Pan American Energy, empresa já atua em cinco países latino-americanos, com destaque para a Argentina, fez um avanço significativo para o empreendimento de estreia da companhia no Brasil. Na última sexta-feira, a estruturação financeira para captação de 1,1 bilhão de reais junto a bancos de desenvolvimento foi concluída — são 820 milhões de reais do BNDES e 280 milhões de reais do Banco do Nordeste (BNB).O aporte será aplicado na construção de parques eólicos na Bahia.
Inovadora no país, a estrutura do financiamento será baseada em contratos de venda de energia a médio prazo, com garantias bancárias do Santander, Bradesco e Banco do Brasil, sem onerar o balanço dos acionistas com garantias corporativas.
“A política de comercialização negociada permite uma maior flexibilidade para a estratégia da companhia”, destaca Ricardo Lee, responsável pela transação na área de Project Finance do Santander Brasil, instituição que foi assessora financeira do projeto de captação de recursos.
Para o vice-presidente de Desenvolvimentos Internacionais da Pan American Energy no Brasil, Enrique Lusso, a empresa pode contribuir com “expertise e investimentos para transição energética do país”, uma vez que o “Brasil tem grande potencial em fontes de energia sustentável” e a Pan American, que tem origem na exploração de combustível fóssil, também busca alternativas no mercado energético.
Alejandro Catalano, o diretor geral da multinacional do setor energético, acredita que os desembolsos dos bancos de desenvolvimento são um dos grandes marcos desde o início da construção do Complexo Eólico Novo Horizonte. O projeto já está com 80% da obra concluída.
“Esperamos iniciar a operação durante o primeiro trimestre de 2024, ampliando a oferta de energia limpa e renovável no Brasil”, disse.
A projeção é que o complexo possa gerar mais de 2.000 Gigawatt-hora, o que corresponde ao consumo anual médio de energia de quase um milhão de brasileiros. Os parques eólicos terão 94 aerogeradores e uma linha de transmissão de 80 quilômetros de extensão.