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CPI das Apostas vota roteiro e convite a cartolas de três times da Série A

Jorge Kajuru diz que primeiro convidado será John Textor, do Botafogo; Leila Pereira, do Palmeiras, e Julio Casares, do São Paulo, também estão na lista

Por Nicholas Shores Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 12h16 - Publicado em 17 abr 2024, 13h01

A CPI das Apostas Esportivas no Senado vai votar nesta quarta-feira, 17, a partir das 14h, o plano de trabalho proposto por Romário (PL-RJ), que é o relator da comissão de inquérito, e vários requerimentos, inclusive convites a dirigentes de três clubes da Série A do Brasileirão.

O presidente do colegiado, Jorge Kajuru (PSB-GO), afirmou que o primeiro depoimento será na próxima segunda-feira, com o acionista majoritário da SAF do Botafogo, o norte-americano John Textor, que vem declarando ter provas de manipulação de resultados na elite do futebol do país.

“O Romário me chamou à parte e falou: ‘Pode confiar no Textor que ele tem provas. Ele não tá brincando. Um cara como ele não quer ficar desmoralizado.’ Eu não estava confiando no Textor em nada. Para mim era tudo coisa de fanfarrão. O Romário me fez confiar nele”, afirmou o senador goiano ao Radar.

Kajuru também é autor de convites para ouvir Leila Pereira e Julio Casares, presidentes do Palmeiras e do São Paulo, respectivamente – um dos jogos em que Textor alega ter havido manipulação é o confronto entre as equipes no segundo turno do Campeonato Brasileiro de 2023, que resultou numa goleada de 5 a 0 do alviverde sobre o tricolor.

Leila e Casares reagiram duramente às declarações do acionista botafoguense. “Fanfarrão” foi um dos termos mais amenos usados nas respostas. A dirigente do Palmeiras defendeu publicamente que Textor seja banido do futebol brasileiro.

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Também devem ser chamados a depor como testemunhas dirigentes do Tombense (MG), do Londrina (PR) e do Vila Nova (GO), times sobre os quais há suspeita (ou, no caso do clube goiano, investigação policial e confissões) de manipulação nas divisões inferiores do futebol brasileiro.

Além de jogadores, ex-jogadores, árbitros, dirigentes, treinadores e acionistas de clubes, Romário também elencou em sua proposta de plano de trabalho como possíveis depoentes:

  • Apostadores, financiadores, aliciadores e “demais envolvidos na atividade criminosa de manipulação de resultados”; 
  • Investigadores e autoridades do Ministério Público, Polícia Federal, polícias estaduais e demais órgãos de investigação e controle, “visando esclarecer detalhes das investigações”;
  • autoridades do governo federal, governos estaduais e municipais responsáveis por fiscalizar e controlar as apostas esportivas ou os campeonatos e atividades esportivas nas quais haja suspeita de manipulação;
  • as entidades de administração do esporte, “visando esclarecer as medidas que têm tomado para fortalecer a fiscalização e coibir as manipulações”; 
  • empresas nacionais ou estrangeiras que desenvolvam tecnologias automatizadas para a detecção de fraudes em apostas, “visando esclarecer os cenários nos quais é possível identificar uma possível fraude, bem como as ações que podem ser tomadas em face de uma suspeita de fraude”; 
  • e casas de apostas, diretamente ou através das entidades que as representam, “visando esclarecer as medidas tomadas para identificar e combater a manipulação de resultados”.
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O tetracampeão mundial com a Seleção em 1994 vai pedir, ainda, o compartilhamento de informações de operações policiais deflagradas para desarticular quadrilhas especializadas na manipulação de resultados no futebol, como Penalidade Máxima, Jogada Ensaiada, Fim de Jogo, Aposta Certa e BetGoleada. “Sem prejuízo de outras a ser identificadas ao longo do trabalho da CPI.”

Instalada em 10 de abril com prazo de 180 dias, a comissão tem como data-limite para votar seu relatório final 24 de outubro, a três dias do segundo turno das eleições municipais.

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