Em quase cinco meses da CPI da Pandemia — que iria acabar esta semana, mas teve o final adiado —, os senadores já ouviram depoimentos de 49 pessoas, mas apenas uma delas ocupava o cargo de ministro do governo Bolsonaro quando foi interrogado, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Nesta terça-feira, o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário, será o segundo ministro a depor na comissão. E a expectativa é de momentos quentes, depois que ele e o presidente da CPI, Omar Aziz, trocaram acusações na semana passada.
O senador afirmou que o chefe da CGU prevaricou, porque não fez nada mesmo tendo conhecimento de irregularidades cometidas por um servidor do governo federal. Ele se referia à operação realizada no ano passado, com a participação do ministério, que mirou o lobista Marconny Faria e obteve mensagens comprometedoras do então diretor de Logística do Ministério da Saúde.
“O que ele tem que explicar não é as operações que ele fez, é a omissão dele em relação ao governo federal. Tem que vir, mas não tem que vir para jogar para a torcida, não. Ele vai jogar aqui é no nosso campo. E Wagner Rosário, que tinha acesso a essas mensagens desde 27 de outubro de 2020, ele é um prevaricador”, declarou Aziz, na CPI.
“Senador Omar Aziz, calúnia é crime!!! A autoridade antecipar atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação também é crime!!! Aguardando ansiosamente sua convocação”, rebateu Rosário no Twitter, ao que o presidente da comissão rebateu dizendo que “prevaricação também é crime”.
Curiosamente, o autor do requerimento para a convocação do ministro foi o senador Eduardo Girão, que desde o começo dos trabalhos tenta mudar o foco da CPI para Estados e municípios, como quer o governo Bolsonaro.