Dois meses após o anúncio de encerramento das atividades da fábrica da Toyota em São Bernardo do Campo (SP), os trabalhadores da unidade aprovaram nesta sexta a proposta negociada entre o sindicato dos metalúrgicos e a empresa.
Os funcionários terão duas alternativas — a transferência a outra unidade da montadora ou, para os que escolherem o desligamento, a adesão ao plano de demissão voluntária.
O PDV negociado prevê como base 35 salários fixos com o acréscimo de mais um salário por ano trabalhado. Também estão incluídos doze meses de assistência médica e disponibilização de cursos profissionalizantes.
Já aqueles que optarem pela transferência receberão dois salários — no ato da transferência –, mais 2,4 salários no caso de mudança de endereço, além de bônus de transferência de 15.000 reais e estabilidade até novembro de 2026, diz o sindicato.
Também foi aprovado o pagamento de um bônus de permanência a todos os trabalhadores que continuarem na planta até novembro de 2023, período que a empresa já havia anunciado como prazo limite para encerramento das atividades na cidade.
Nos últimos dois meses, sindicato e o prefeito de São Bernardo Orlando Morando (PSDB) se empenharam em tentar reverter o fechamento — inclusive, com um estudo apresentado pelos trabalhadores que visava comprovar a rentabilidade da fábrica.
Até pouco tempo antes do anúncio, a Toyota comemorava os bons resultados da unidade e discutia a possibilidade de começar a produção de um veículo elétrico. A planta já não fabricava veículos há mais de vinte anos, produzindo apenas peças, inclusive para abastecer a fábrica da Argentina.
“Infelizmente a fábrica vai fechar, mas conseguimos um acordo que dá tranquilidade para os trabalhadores transferidos e que garante uma condição melhor para os que optarem por sair da fábrica”, diz Wellington Messias Damasceno, diretor Administrativo do Sindicato.
Com 60 anos, a planta de São Bernardo foi a primeira unidade da Toyota fora do Japão e tem cerca de 550 trabalhadores.