Não faz muito tempo, a PRF frequentava as páginas políticas do noticiário por seus dirigentes atrelados ao grupo político instalado no Palácio do Planalto.
Durante a gestão de Jair Bolsonaro, Silvinei Vasques escalou a hierarquia na instituição ao revelar-se um bolsonarista dedicado ao projeto do então presidente.
Tentando perpetuar aquele poder momentâneo de Jair Bolsonaro, meteu-se em irregularidades envolvendo a integridade do processo eleitoral e acabou preso. Hoje, está enrolado não só com acusações de aparelhamento político da PRF, mas também em suspeitas de corrupção.
Lula e o PT voltaram ao Planalto batendo na obra bolsonarista na PRF. O aparelhamento político levou Lula, no início do governo, a promover uma limpa nas superintendências da instituição. A coisa parecia superada, com a escolha de uma nova cúpula focada no resgate do papel técnico da PRF.
Nesta semana, no entanto, algo de velho voltou a surgir nos corredores da repartição. Superintendente da PRF no Distrito Federal, o policial rodoviário Igor Ramos assinou sua carta de filiação ao PT, num ato com lideranças petistas da capital federal.
O evento teve até convite oficial. “O Setorial de Segurança Pública do PT-DF tem a honra de convidar a todos para o ato de filiação de Igor Ramos”, diz o chamado para a cerimônia ocorrida nesta terça-feira, com a presença de deputados petistas.
Ramos, é bom dizer, não é Silvinei Vasques nem praticou atos que sejam parecidos com o do antigo chefe da PRF. Pode ser que ele, agora petista de carteirinha, não permita que o projeto partidário influencie nos rumos da repartição que comanda. A simples possibilidade de que isso seja cogitado, no entanto, já devolve a instituição para um lugar de onde ela parecia ter saído.