Candidato a prefeito em Belo Horizonte, o deputado federal Lafayette Andrada, do Republicanos, é alvo de ironia e piada nos grupos de zap dos adversários. A razão: a notoriedade que seu nome alcançou, não pela disputa em Minas, mas por ter sido o autor na Câmara da emenda que autorizou Marco Aurélio Mello a soltar o traficante André do Rap.
Andrada integrou o grupo de trabalho que analisou os projetos anticrime de Sergio Moro e Alexandre de Moraes.
O candidato tem evitado o assunto e não toca no tema na sua propaganda eleitoral. Os adversários também não exploram publicamente o assunto. Numa entrevista, disse que não propôs a emenda para soltura de chefes de facção.
Andrada tem apenas 1% nas intenções de voto. Se fosse favorito no pleito, a história seria diferente. O seu programa de governo foi batizado de “BH rumo à excelência”.
Lafayette Andrada afirmou que a emenda de sua autoria foi, ao contrário do uso feito por Marco Aurélio, para ser uma “ferramenta para manter preso” acusados de crime de alta periculosidade.
“É um enfoque que pouca gente está dando. A prisão preventiva não é uma condenação. Se trata, nesse caso, de um mero suspeito. Que nem se defendeu ainda. Por isso, a revisão a cada 90 dias”, disse Andrada, que afirmou que o artigo, ao contrário, veio para facilitar que juízes mantenham presos como André do Rap, de facção criminosa, na prisão, mesmo sem ter sido julgados.
“O foco é o contrário. É esse. Depois da aprovação (e sanção) da lei, o próprio Marco Aurélio já negou habeas corpus em outros casos”.
No caso de Rap, Andrada entende que o erro não foi da lei, mas do ministro do STF.
“Não deveria tê-lo soltado. Poderia pedir uma manifestação de um juiz num prazo de 72 horas”.