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As teorias no Planalto sobre o retorno do ‘Bolsonaro raiz’

Refresco judicial e a disposição do presidente por burlar a blindagem montada para que ele não se desgaste são fatores citados no palácio

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 ago 2020, 09h26 - Publicado em 25 ago 2020, 06h04
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  • O núcleo de auxiliares de Jair Bolsonaro que lapidou a postura moderada das últimas semanas do presidente responsabiliza a ala militar do Planalto pelo retorno do “Bolsonaro raiz”.

    Segundo esses interlocutores, o presidente colheu melhores resultados para sua imagem enquanto esteve afastado do público e dos jornalistas em Brasília. Daí a queixa de que os seguranças de Bolsonaro não teriam conseguido impedir a situação criada no domingo, quando Bolsonaro foi mais Bolsonaro do que nunca e ameaçou dar porrada num jornalista do Globo que fez uma pergunta incômoda sobre os 89.000 reais pagos por Fabrício Queiroz à primeira-dama Michelle Bolsonaro.

    “O presidente sempre foi assim. Se provoca, ele responde. É dele esse comportamento. Não poderia era ter deixado ele exposto desse jeito”, diz um aliado.

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    Em defesa dos militares, diga-se que nenhum esquema de segurança segura Bolsonaro quando ele quer fazer alguma coisa. Daí o receio constante do pessoal do general Augusto Heleno com a exposição do presidente. O medo de um novo atentado vive rondando o GSI.

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    Pode até ser coincidência, mas outros aliados do presidente observam que a disposição de Bolsonaro para passear por Brasília voltou no mesmo momento em que surge um aparente refresco nas investigações criminais contra o clã presidencial.

    Tirando os vazamentos das investigações sobre o descalabro na contabilidade de Flávio Bolsonaro, diz um desses conselheiros, nada de relevante e ameaçador surgiu nos tribunais contra Bolsonaro e seus filhos. Ao contrário, a discussão em torno do foro de Flávio é tudo menos ameaçadora no STF. O Supremo garantiu liminarmente, inclusive, o sossego de Queiroz e de Márcia Aguiar no conforto do regime domiciliar, o que teoricamente elimina o risco de uma delação.

    Já o dinheiro para Michelle, como um investigador explicou ao Radar recentemente, recaem sobre Bolsonaro (a primeira-dama é tratada pelos investigadores como uma emissária do presidente), o que inviabiliza qualquer efeito concreto no momento, afinal, o presidente só pode ser processado por fatos afeitos ao mandato.

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    Além de ver o cerco judicial perder energia, Bolsonaro assiste ao agravamento da situação dos inimigos, caso de Wilson Witzel, e ainda colhe uma boa avaliação país afora. É o cenário perfeito para voltar a perder a postura como líder maior da Nação, fazendo o que lhe der na cabeça.

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