Lula discursou há pouco no encontro de líderes sul-americanos no Itamaraty. O presidente apresentou uma série de assuntos que gostaria de discutir para reativar a integração dos países do continente. A maioria das propostas discorre sobre comércio, mas o petista também falou em combate às mudanças climáticas, saúde, educação e intercâmbio militar.
A proposta da criação de uma moeda comum na América do Sul – que deu o que falar na viagem de Lula para a Argentina, a primeira visita internacional deste mandato – voltou à mesa. Não se trata de uma moeda que substitua o real, mas que seja uma “unidade de referência comum para o comércio, reduzindo a dependência de moedas extrarregionais”.
Lula também falou em mobilizar os bancos de desenvolvimento, como o BNDES, à disposição de políticas econômicas e sociais; ampliar a cooperação para serviços e comércio eletrônico; e atualizar os projetos de infraestrutura, com ênfase à integração física e digital, em especial nas regiões de fronteira.
Sem entrar em detalhes, o presidente sugeriu “desenvolver ações coordenadas para o enfrentamento da mudança do clima”, mas fez uma proposta mais concreta sobre transferência de matriz energética com a criação de um mercado sul-americano de energia, que garantisse “preços justos e sustentabilidade social e ambiental”. Neste ano, o Brasil negocia com o Paraguai o acordo de Itaipu, que expira no segundo semestre.
Na saúde, Lula quer reativar o Instituto Sul-Americano para ampliar a cobertura vacinal e levar atendimento médico aos povos indígenas. Já na educação, o petista sugere a criação de um programa de intercâmbio inspirado no Erasmus, que promove a mobilidade de estudantes e professores na Europa.
Por fim, o presidente quer ampliar a cooperação entre as Forças Armadas dos países da América do Sul. Ele sugere formação, treinamento e “intercâmbio de experiências e conhecimentos em matéria de indústria militar, de doutrina e políticas de defesa”.