As movimentações para emplacar o secretário municipal de Relações Internacionais, Aldo Rebelo, como vice de Ricardo Nunes nas eleições de outubro têm se intensificado nas últimas semanas. Um dos empecilhos seria convencer Jair Bolsonaro. O ex-presidente prefere o nome do coronel da PM e ex-comandante da Rota Ricardo Mello Araújo.
Aldo, porém, é apoiado por um grupo bolsonarista ligado ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e visto com bons olhos por aliados de primeira hora do ex-presidente. A estratégia do entorno de Bolsonaro para convencer o capitão é mostrar números e dados que mostram que a chapa Nunes-Rebelo pode ir longe nas eleições.
Segundo interlocutores, foi assim que Bolsonaro foi convencido de que o melhor caminho no pleito de São Paulo seria apoiar a reeleição de Nunes. Além disso, conselheiros do ex-presidente elencaram questões sobre o nome de Mello Araújo.
A avaliação é que o atual prefeito precisa conquistar eleitores nas periferias, onde o ex-comandante da Rota não teria voto. Além de não ter trânsito com o Judiciário e pouco capital político. Outra ala bolsonarista, porém, defende a tese de que Mello Araújo está sendo “fritado” internamente.
Rebelo, por outro lado, posiciona Nunes mais ao centro, uma vez que já foi ministro de Lula e Dilma e pode angariar até mesmo o eleitor de esquerda que não compactua com o PSOL e Guilherme Boulos. Licenciado do PDT e com bom trânsito entre bolsonaristas, ele já foi deputado por cinco mandatos pelo Partido Comunista do Brasil, mas tem se posicionado como nacionalista nos últimos anos.
No entorno de Nunes predomina a ideia de que Aldo Rebelo volte ao MDB para a disputa das eleições. A legenda o abrigou na sua primeira tentativa de ser deputado federal, em 1982. Há uma ressalva, por parte do entorno do prefeito, de que o PL possa se sentir incomodado. A ideia é rejeitada por aliados de Bolsonaro, mas tudo depende de como será a conversa com o cacique do PL Valdemar Costa Neto.