O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, conversou sobre imunização com médicos e professores de medicina no hospital Sírio Libanês neste domingo. Após a reunião, o coordenador do gabinete de transição defendeu uma grande campanha nacional para conscientizar a respeito da importância das vacinas, investimento em pesquisa sobre imunização e aquisição de novas doses.
A estratégia para aumentar a imunização é vincular a outros programas. A carteira de vacinação pode ser exigida na matrícula em escolas e no cadastro do Bolsa Família. Segundo Alckmin, entre as crianças de seis meses a três anos de idade, apenas 12% receberam imunização contra a Covid.
“O fato é que, não só Covid, você teve uma queda de vacinação no Brasil inteiro. Então, no Brasil, que era um exemplo para o mundo no protocolo de vacinação e exemplo na imunização, de repente, as pessoas deixaram de tomar vacina”, disse Alckmin.
O vice-presidente eleito também comentou sobre a desatualização do financiamento da tabela SUS e a necessidade de acabar com as filas para consultas com especialistas, exames e cirurgias, represadas durante o auge da pandemia. Alckmin projeta que as medidas devem custar 22 bilhões de reais a mais do que o Orçamento prevê para 2023 e considerou parcerias com a iniciativa privada para cumprir a promessa de campanha.
“Fazer um mutirão, inclusive, se precisar, contratar a iniciativa privada para poder zerar fila de especialidades, exames e cirurgia. Vai ser feito um esforço, precisa do recurso. Prioridade, sem orçamento, é discurso. Prioridade precisa ter recurso”, ponderou.
Alckmin também defendeu o aperfeiçoamento da saúde digital, que pode facilitar atendimento de especialistas no interior e qualificar profissionais, e a retomada da indústria no setor.
“O Brasil precisa recuperar a indústria, são vários complexos na área industrial, mas um que mais chama atenção é o da saúde, poderá avançar bastante. Saúde é emprego na veia.”
A reunião em São Paulo com Geraldo Alckmin foi articulada pelo médico do presidente eleito Lula, Roberto Kalil. Ao todo, uma dezena de médicos fazem parte do grupo que, para além da transição, continuará com sugestões e propostas durante o governo petista.