Assim como já havia feito com líderes da Câmara, Lula recebeu na terça-feira à noite Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e líderes de partidos aliados no Senado para um encontro informal no Palácio da Alvorada.
Acompanharam o presidente da República os ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social).
Houve afagos e alertas entre os representantes do Executivo e do Legislativo.
De um lado, agradecimentos e celebrações pelas propostas na área econômica aprovadas em 2023. De outro, advertências sobre o tamanho da oposição no Senado e a necessidade de consolidar e aumentar a base aliada com mais cargos e emendas.
Ao ver Pacheco, Lula anunciou em alto e bom som que havia chegado o seu candidato a governador de Minas Gerais em 2026. “Eu mudaria de colégio eleitoral para votar nele”, brincou o baiano Otto Alencar, líder da bancada do PSD.
Quanto teve a palavra, o presidente do Senado afirmou que a eleição de Lula dois anos atrás havia sido “muito importante” para a democracia, diante de um adversário que rumava para um “caminho muito perigoso” e tramava um plano de golpe envolvendo até a sua própria prisão.
O mineiro também buscou mitigar ruídos sobre propostas que ele tem promovido no Senado com apoio da oposição, notadamente no campo dos costumes, pontuando que a divergência é própria do funcionamento do Legislativo e das relações com os demais Poderes.
Pacheco disse que está à disposição do governo Lula para ajudar a formar maioria a favor dos projetos de interesse do país.
Como já mostrou o Radar, esse processo passa pela premissa de que qualquer iniciativa do Planalto no Senado parte do patamar de 38 votos contrários. Se, no frigir dos ovos, os votos “não” forem menos, é porque houve articulação do chefe da Casa e de seu núcleo duro de aliados – sempre coordenado por Alcolumbre — para viabilizar a proposta em questão.
É esse um dos motivos para Alcolumbre ter sido convidado mesmo não sendo líder de bancada. Também é fator importante a intenção nada secreta de voltar ao comando da Casa em fevereiro de 2025.
Outro destaque da noite foi uma intervenção de Eliziane Gama (PSD-MA), a única mulher presente no Alvorada na terça-feira, pedindo que Lula apoiasse o aumento da representatividade feminina em encontros políticos como aquele.
A senadora, que foi presidente da CPMI do 8 de Janeiro, conseguiu do petista o compromisso de organizar um jantar com a bancada feminina.