Sete dois oito integrantes da bancada do Podemos no Senado se manifestaram nesta sexta-feira contra a execução de emendas de relator do chamado orçamento secreto do Legislativo.
Na última quinta, o jornal O Estado de São Paulo publicou entrevista na qual o correligionário Marcos do Val (Podemos-ES) admitiu ter recebido 50 milhões de reais por meio do mecanismo graças ao apoio que deu à campanha de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) à Presidência do Senado, em fevereiro de 2021.
A nota do partido, que não cita Do Val, foi assinada por Alvaro Dias, Eduardo Girão, Flávio Arns, Jorge Kajuru, Lasier Martins, Oriovisto Guimarães e Styvenson Valentim.
“Nós, senadores pelo partido Podemos, declaramos que somos contrários ao recebimento de verbas ou recursos provenientes das emendas RP-9 (orçamento secreto). Não compactuamos com essa forma de se fazer política. Entendemos que emendas individuais e de bancada são suficientes. Sempre defendemos o fim das emendas RP-9″, diz o texto.
Em nota divulgada após a publicação das declarações, inclusive com o áudio das suas falas, o senador disse acreditar que foi mal interpretado ao conceder a entrevista por telefone.
“Jamais houve qualquer tipo de negociação política para a eleição do Presidente Rodrigo Pacheco que envolvesse recursos orçamentários. Afirmo com toda certeza que jamais aconteceu”, declarou o ex-instrutor da Swat.
“Fiz referência à existência de critérios no Senado para indicações transparentes de recursos por Senadores, inclusive elogiando a postura do Presidente Pacheco nesse sentido”, afirmou. “Sobre as específicas indicações que fiz de emendas orçamentárias desde que assumi o mandato, isso é uma prerrogativa parlamentar, totalmente lícita, transparente”.
Aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), Marcos do Val foi escolhido relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias — a LDO — de 2023 neste ano. Pouco antes da escolha, o Radar revelou o incômodo do Podemos com a indicação do senador para o posto, o que ele negou posteriormente.