Orlando Faria, o último presidente municipal do PSDB de São Paulo, renunciou do cargo na segunda-feira passada e recebeu um telefonema, no mesmo dia, de Tabata Amaral para participar da campanha do PSB. Na última semana, ele já começou a trabalhar pela “frente de tucanos com Tabata” para tentar atrair o partido à candidatura da deputada.
Faria pretende continuar no partido até que haja uma resolução sobre qual será o rumo dos tucanos nas eleições da capital paulista. Caso o PSDB o impeça de coordenar a campanha de Tabata, ele deve se desfiliar da sigla.
Os próximos passos ainda não são definidos, mas ele tem se aproximado do ministro Márcio França, com quem deve se reunir nos próximos dias. França foi o responsável por tirar Geraldo Alckmin do PSDB e filiar o vice-presidente no PSB.
A escolha de Faria — priorizar a campanha de Tabata nas eleições municipais — vem em um momento de debandada do PSDB, na capital paulista. O vereador João Jorge já anunciou que sairá do partido para apoiar o atual prefeito Ricardo Nunes na tentativa de reeleição em outubro. Interlocutores da Câmara Municipal dizem que a maioria da bancada deve seguir o mesmo rumo.
Orlando Faria foi levado à chefia do diretório paulistano do PSDB pelo atual presidente estadual do partido, Paulo Serra, prefeito de Santo André. Serra, que por sua vez, assumiu a executiva estadual por meio de uma intervenção de Eduardo Leite. Foi uma dos últimos atos do governador gaúcho antes de deixar a Presidência tucana.
À frente do diretório municipal, Faria não teve vida fácil. Já no primeiro dia, encontrou o escritório político esvaziado. O antecessor, Fernando Alfredo, havia retirado móveis, computadores e documentos do espaço antes de sair. Ele disse que os bens eram doações de filiados e devolveu os itens aos donos.