A exótica união do PT de Lula e o PL de Bolsonaro no almoço de Hugo Motta
Proximidade do líder do PT com candidato de Lira leva uma ala do petismo a defender que a sigla fique fora das negociações com os aliados bolsonaristas
A fotografia do aniversário de Hugo Motta, reunindo nesta quarta, em Brasília, Arthur Lira e os líderes do PT, Odair Cunha, e do PL, Altineu Côrtes, deflagrou mais uma briga no petismo.
Além de revelar uma união entre petistas e bolsonaristas pelo candidato de Lira na Câmara, a imagem levou uma ala do petismo a questionar Cunha por sua adesão a Motta.
A conta de Motta, de fato, é difícil de fechar. Para ganhar o coração dos bolsonaristas, o candidato de Lira terá que apoiar a empreitada da direita pela anistia dos condenados pela tentativa de golpe no 8 de janeiro. Já o petismo diz, com todas as letras, que não estará com um candidato que defenda a anistia dos golpistas.
Hugo Motta tem buscado o apoio da bancada do PT a partir de Odair Cunha. Contudo, uma ala do partido e até mesmo figuras influentes no Planalto avaliam que não é o momento adequado para o PT decidir.
“A cautela se justifica pela complexidade do cenário político e pelas implicações de um apoio prematuro”, diz um interlocutor do petismo.
Com o racha no centrão, o PT espera lucrar e formar uma base de apoio mais ampla, sem precisar se aliar a partidos como PL e PP, ligados ao ex-presidente Bolsonaro.