A CGU determinou que a Casa de Rui Barbosa libere o acesso à carta em que Mário de Andrade revela a Manuel Bandeira, de próprio punho, que era homossexual. Trata-se do único registro em que Mário admite esta condição.
Disputado a tapa por pesquisadores país afora, o documento faz parte do acervo de Bandeira, confiado pelo poeta à Casa de Rui Barbosa antes de sua morte. Na ocasião, Bandeira pediu que esta carta jamais se tornasse pública. A família de Mário também não quer.
Temendo perder a confiança de quem no futuro decida doar seus acervos privados apostando no sigilo de alguma informação, a Casa de Rui Barbosa relutou em entregá-lo.
Mas a CGU avaliou que, pela Lei de Acesso à Informação, o documento já é público e não cabe recurso.
A direção da Casa avalia que, a partir de episódios como o do acervo de Bandeira, documentações deste tipo só sejam entregues a instituições privadas, como o IMS, por exemplo, que ficam fora do âmbito da Lei de Acesso À Informação.