VEJA Mercado | 19 de setembro de 2024.
Aconteceu o previsto, mas que nem todo mundo concordava: o Banco Central voltou a subir a taxa Selic depois de dois anos. O Copom elevou os juros básicos em 0,25 ponto percentual e levou a taxa a 10,75% ao ano. O comitê cita no comunicado que a atividade econômica e o mercado de trabalho têm apresentado dinamismo maior que o esperado e que as projeções de inflação estão acima da meta da autarquia.
Um detalhe importante deixa a porta aberta para novas altas e coloca o governo Lula em alerta. A instituição afirma que o ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo ora iniciado serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta. Se há ciclo, novos reajustes devem ser anunciados.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve confirmou um corte de 0,5 ponto percentual nos juros americanos naquele que foi o primeiro corte em quatro anos. A medida foi mais alta do que a esperada por alguns economistas e pode limitar as altas de juros no Brasil. Em coletiva de imprensa, Jerome Powell buscou frear a euforia do mercado, evitou estipular prazos e previsões e reiterou que as próximas decisões serão discutidas reunião a reunião.
O Ibovespa caiu 1% e o dólar caiu 0,5%, a sexta sessão consecutiva em baixa, cotado a 5,46 reais. Diego Gimenes entrevista Tony Volpon, economista e ex-diretor do Banco Central. O especialista avalia que o Copom terá de entregar uma taxa Selic acima de 12% ao final do atual ciclo. Volpon afirma que a instituição admitiu a influência do mercado de trabalho e do câmbio sobre a inflação e que a piora de cenário deve provocar uma reavaliação do mercado. Ele ainda acredita que alta poderia ter sido maior e não descarta uma elevação de 0,5 ponto percentual na próxima reunião. O VEJA Mercado é transmitido de segunda a sexta, ao vivo no YouTube, Facebook, LinkedIn e VEJA+, a partir das 10h.
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