Os FIDCs, Fundos de Investimento em Direitos Creditórios, vêm se recuperando de um cenário de forte inadimplência. Segundo o Índice Multiplike de Devedores (IMD), a inadimplência nos FIDCs do tipo multicedente/multissacado (focados em pequenas e médias empresas) fechou fevereiro a 11,4%, o menor percentual em 14 meses. Mas o pico histórico é recente: 15,68% em outubro do ano passado. De acordo com Leonardo Calixto, CEO da Empírica, este cenário não traduz todo o mercado de FIDCs, que tem exposição ao crédito de diversos setores da economia.
Segundo o especialista, o cenário para pequenas e médias empresas não deve ser aliviado com as reduções recentes da Selic – que está em trajetória de queda desde agosto de 2023 e, atualmente, se encontra no patamar de 10,75%. “Essa redução se traduz em uma variação muito pequena na base da pirâmide, porque ela [a pequena empresa] já está pagando uma taxa de juros muito alta”, afirma Calixto. “Para quem está pagando de 35% a 50% de juros na base anual, a redução da Selic de 13% para 10% tem pouquíssima sensibilidade”. Segundo o executivo, seria interessante alongar os prazos de pagamento da dívida, que são muito curtos para esse tipo de companhia. A repórter Camila Barros entrevista Leonardo Calixto.
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