Pressão de transportadoras de gás traz risco de aumento da conta de luz
Reclassificação de gasoduto da Comgás com cobrança de transporte é interesse de associação do setor
Um embate sendo travado no setor de gás natural pode influenciar no preço da energia elétrica pago pelos consumidores. As companhias que controlam as principais malhas de gasodutos no país, a Nova Transportadora do Sudeste (NTS) e a Transportadora Associada de Gás (TAG) têm defendido que a classificação de um ativo da Comgás seja alterada, de modo que esse passe para propriedade da NTS e seja cobrada uma tarifa extra de transporte. O ativo em questão é o gasoduto Subida da Serra, cujo status está em análise através de uma consulta pública aberta pela ANP, a Agência Nacional do Petróleo.
Agentes do setor de gás natural temem que a NTS e a TAG pressionem a agência reguladora pela cobrança de tarifa de transporte sobre o gás utilizado em sete usinas elétricas conectadas às fontes de suprimento de gás. São três usinas no estado do Rio de Janeiro e outras quatro nos estados do Amazonas, Maranhão, Pará e Sergipe. Entretanto, segundo analistas do mercado, a eventual cobrança deve onerar consumidores de todas as regiões do país, já que o sistema elétrico brasileiro é integrado. A ATGás, a Associação de Empresas de Transporte de Gás Natural por Gasoduto, está atenta à questão referente ao gasoduto da Comgás, interessada na cobrança do transporte de gás.
Depois da publicação da nota, a ATGás encaminhou um posicionamento ao Radar Econômico, reproduzido a seguir: “A ATGás tem se posicionado a favor da aplicação da regulação de forma a assegurar modicidade tarifária em favor da redução dos custos para os consumidores. Conforme recente estudo apresentado pela FGV/CERI, o risco do bypass do sistema de transporte de gás natural pelo gasoduto de Subida da Serra acarretará acréscimo para os consumidores finais, e vem sendo combatido pela ATGás”.
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