Petróleo a US$ 100, em 2022, diz BofA. Seria um desastre para Bolsonaro
Analistas dizem que combinação de fatores vai fazer a demanda explodir e a oferta pode não acompanhar
Os analistas do Bank of America (BofA) lá nos Estados Unidos soltaram uma previsão sobre o petróleo, nesta semana, que pode afetar diretamente o cenário eleitoral no Brasil. Eles estimam que o preço do petróleo no mercado internacional pode chegar a US$ 100 o barril, em 2022, por conta de uma combinação de fatores. Grande demanda reprimida depois de 18 meses de pandemia com lockdowns por todo o mundo. O transporte de massa ficará para trás, aumentando o uso do carro particular. Do lado da oferta, a pressão da política governamental nos EUA e, em todo o mundo, vai reduzir o investimento em petroleiras nos próximos trimestres para cumprir as metas de Paris.Os investidores se tornaram mais ativistas contra os gastos do setor de energia por razões financeiras e ESG. Além das pressões judiciais, que estão aumentando para limitar as emissões de CO2. “Em suma, a demanda está prestes a se recuperar e a oferta pode não acompanhar totalmente, colocando a Opep no controle do mercado de petróleo em 2022”, dizem os analistas. Mesmo prevendo esse pico de US$ 100, eles estimam que o ano de 2022 terminará com petróleo a US$ 75.
Se eles estiverem certos, seria um desastre para o presidente Jair Bolsonaro. Com o petróleo a US$ 100, explodiriam os preços da gasolina e do diesel, já que a Petrobras repassa os preços do mercado internacional. Isso poderia botar os caminhoneiros em greve, em pleno ano eleitoral. Uma solução seria intervir na Petrobras para segurar os preços, o que deixaria o mercado nervoso.