O plano B do mercado à possível pressão para Petrobras não subir gasolina
VEJA Mercado: analistas já apontam para outras empresas para escapar de eventual pressão do Planalto para estatal não repassar alta de preços
O preço do petróleo brent segue subindo depois de a Opep reduzir em dois milhões de barris diários a produção global de petróleo, o maior corte desde abril de 2020. Nesta quinta-feira, 6, os preços já flertavam com o patamar dos 95 dólares o barril, uma semana depois de valerem 82 dólares. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) já passou a estimar que os preços do diesel e da gasolina precisariam ser reajustados em 43 centavos e 31 centavos no Brasil para voltar à paridade internacional.
De olho na escalada no petróleo e numa eventual pressão do governo federal para a Petrobras não subir os preços antes do segundo turno das eleições, os analistas do Credit Suisse já apontam para outra empresa do setor: a PetroRio. “Embora a Petrobras deva se beneficiar mais dos ventos a favor dos preços do petróleo no curto prazo, ela pode enfrentar pressão para não repassar esses preços mais altos para as bombas no contexto das eleições”, escrevem em relatório. “Dito isso, acreditamos que as ações da PetroRio se tornam uma alternativa mais viável para os investidores ganharem exposição aos preços do petróleo sem enfrentar o risco embutido na estatal”, concluem.
A PetroRio anunciou nesta quinta-feira que produziu 49,6 mil de barris de petróleo por dia no último mês de setembro, um incremento de 21% na comparação mensal provocado, sobretudo, pela revitalização dos novos poços do campo de Frade. Os analistas da Genial Investimentos ainda estimam que essa produção pode bater a marca de 52 mil barris diários, uma vez que paradas técnicas em setembro impediram um número ainda melhor.
Siga o Radar Econômico no Twitter