Os diretores do Banco Central vão se reunir na próxima quarta-feira, 18, e devem chancelar a primeira alta de juros do Brasil desde agosto de 2022 — mais de 2 anos atrás. A piora nas projeções de inflação e a alta do dólar devem ser os principais componentes dessa decisão. Ainda assim, uma série de economistas discorda da decisão e não vê necessidade de aumento na taxa Selic neste momento. Em eventos, os diretores e o presidente do BC têm reforçado uma mensagem dura e austera de combate à inflação. Todavia, um outro fator deve roubar a cena do Copom e da alta de juros na bolsa de valores: o Federal Reserve (Fed), o Banco Central americano. Segundo os analistas do banco J.P Morgan, a decisão do Fed de cortar os juros também no dia 18 deve ofuscar a alta de juros no Brasil e ter mais interferência na bolsa de valores do que o Copom.
Os analistas destacam em relatório enviado a clientes que o Brasil é um dos principais mercados emergentes e deve se beneficiar proporcionalmente do início dos cortes de juros nos EUA. Eles ainda consideram que o resultado do PIB do Brasil deve ser o mais alto da América Latina este ano e promover um crescimento relevante das receitas das empresas brasileiras. “Portanto, achamos que o Fed tem uma influência mais poderosa no mercado brasileiro do que o aumento do Copom, especialmente se for pequeno e levar a taxas mais baixas posteriormente”, escrevem no documento.