O Hopi Hari está em tremendas dificuldades financeiras há anos, mas a disputa em torno do parque só se acirra. Recentemente, um grupo de donos de outros parques fez uma oferta para assumir o Hopi Hari e as polêmicas só cresceram. Em Vinhedo, a polícia abriu um inquérito para investigar supostos crimes falimentares. Quem quer comprar o parque tenta mostrar que Nuno Vasconcellos, empresário português, é o principal investidor do parque e que virou alvo da investigação e poderia ser o responsável por sangrar financeiramente o parque. O Hopi Hari tem hoje uma dívida de quase 1 bilhão de reais e um plano ainda não aprovado na recuperação judicial.
No inquérito e também em entrevista ao Radar Econômico, Nuno diz que não é sócio e nem nunca foi sócio ou administrador do Hopi Hari. Ele também diz que a empresa citada no inquérito, que não está na recuperação judicial e que supostamente estaria sendo usada para sangrar financeiramente o parque, é uma estrutura herdada dos antigos donos e que não há desvios de recursos.
Mas Nuno é ou não acionista? No papel, não há documentos que mostrem que ele tenha ações da empresas que controlam o parque. O principal acionista tem o cunhado de Nuno como sócio. No site pessoal do empresário, entretanto, a história contada era outra e até a tarde desta quarta-feira, 15, dizia que em 2018 ele mesmo tinha feito um investimento no parque. Depois da entrevista, Nuno atualizou seu site e o texto passou a dizer que ele apenas reuniu investidores e liderou um projeto junto ao Hopi Hari. Em reunião, no ano passado, com o BNDES, a agenda pública informava que Nuno era acionista majoritário. Ele diz que apenas representava o acionista majoritário e que a coluna deveria perguntar ao BNDES. Questionado, o BNDES, que é um dos principais credores do parque, informou o seguinte: “À época da reunião, o Sr. Nuno Vasconcellos se apresentava como acionista majoritário do Hopi Hari, tendo participado da reunião em companhia do sr. Alexandre Rodrigues, presidente do grupo.”
A briga pelo Hopi Hari ainda vai longe. Na visão de Nuno, o que está em disputa é uma área de 50 hectares de terras que pertencem ao parque e estão vazias, prontas para especulação imobiliária. A região do Hopi Hari se tornou recentemente um polo turístico de São Paulo.
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