O bilionário fundo Mubadala, que investe o capital soberano dos Emirados Árabes, ficou conhecido no Brasil quando embarcou nos projetos de Eike Batista e depois teve que lidar com a quebradeira generalizada do grupo. Depois disso, se tem um ativo de infraestrutura, petróleo, agronegócio em dificuldade, o nome do Mubadala aparece como potencial comprador. Mas no mundo, o fundo está fazendo uma transição de portfólio, mais focada em tecnologia e saúde, e um aprofundamento dos laços dos Emirados Árabes com a Ásia.
Em entrevista ao Financial Times, o chefe de governo dos Emirados Arabes, Khaldoon al-Mubarak, disse que a mudança técnica do fundo, que tem um patrimônio de 232 bilhões de dólares, vai implicar em vendas extras em “setores de commodities legados”, seja por meio de oferta pública ou desinvestimento. “Todos os setores de que gostamos têm uma grande trajetória de progresso na China e, caso você dê uma olhada no portfólio geral e na parcela de proteção que temos na China, não está nem perto do lugar que deveria estar. O mesmo se aplica à Índia.”
Os parceiros preferenciais hoje do Mubadala são o Sotftbank, Silver Lake e Google. O Mubadala foi um dos investidores-âncora do Vision Fund do SoftBank, focado em tecnologia, e o parceiro do Google para comprar uma fatia na Jio, uma gigante de tecnologia e telefonia do conglomerado indiano Reliance Industries Plataformas.