Arthur Lira (PP-AL) já passa pelo primeiro teste do mercado financeiro. Ele que acordou presidente da Câmara, precisou logo no primeiro dia se desvencilhar de um rumor que já contaminava os preços de ações: um possível aumento de impostos sobre instituições financeiras. Assim, para tirar desanuviar a situação, negou, à XP Investimentos, que não irá pautar qualquer projeto que signifique aumento de carga tributária à atividade financeira. Ninguém sabe como Lira vai se virar para cumprir a promessa que acabou de fazer.
Isso porque Lira deve jogar contra a PEC 45, de autoria do ex-presidente da Casa Rodrigo Maia (DEM-RJ) e de Baleia Rossi (MDB-SP). Deve trabalhar com a proposta do governo (PL 3.887) e com a PEC 128, de Luis Miranda (DEM-DF) — que apesar do partido, é mais próximo de Lira do que de Maia. Contudo, apoiar essas duas últimas significa endossar a criação do imposto sobre pagamentos, conhecida como nova CPMF. E mesmo que não venha a malfadada taxa, somente a unificação do PIS e da Cofins já vão elevar brutalmente a carga sobre bancos devido à readequação das alíquotas prevista no PL 3.887.
E vale lembrar que a PEC 45 foi cunhada no CCiF (Centro de Cidadania Fiscal), órgão privado sustentado por empresas como Itaú e Votorantim. Ou seja: não é segredo para ninguém que o texto de Baleia é muito melhor aceito pelo mercado que o do governo.
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