Grano vai investir R$ 70 milhões por mais de dois anos com primeiro CRA
Diretor financeiro da companhia diz que a próxima emissão deve ser perseguida em cerca de três anos
A Grano Alimentos, maior empresa de vegetais congelados do Brasil, vai investir 70 milhões de reais captados através de um CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) ao longo dos próximos dois anos e meio. O montante será aportado em agricultores parceiros da companhia no Rio Grande do Sul, onde a Grano é sediada. “Acredito que daqui uns três anos vamos começar a pensar em uma segunda emissão”, diz Wilrobson Bassiano, diretor financeiro da empresa. Ele conta que, inicialmente, esperava captar 50 milhões de reais, mas o número foi elevado para 70 milhões de reais a partir das expectativas de crescimento da Grano para os próximos anos. “Há uma demanda no mercado de capitais por empresas ligadas ao agro”.
A Grano começou como uma empresa familiar, mas seu controle foi adquirido pela gestora Conti, dos Estados Unidos, através do fundo Arlon, em 2015. À época, o faturamento da companhia gaúcha girava em torno de 80 milhões de reais. Em 2023, foram cerca de 250 milhões de reais em faturamento, com geração de 15 mil empregos indiretos. A tragédia recente que acometeu o Rio Grande do Sul, com inundações de proporção inédita, ocorreu durante as tratativas com o Itaú BBA, banco que liderou a emissão. Desse modo, não motivou a busca pelo CRA — mas esse veio em boa hora, segundo Bassiano. A empresa teve que gastar parte do caixa para amenizar perdas advindas das chuvas, mas inicia um processo de recomposição do montante.