Financiadoras de veículos criticam veto de Lula ao Marco das Garantias
Setor liberou mais de 150 bilhões no ano com ajuda de subsídio do governo
Empresas que financiam a compra de automóveis, representadas pela Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (ANEF), criticam um veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Marco Legal das Garantias. O trecho suprimido por Lula previa a retomada de veículos sem ordem judicial por falta de pagamento, o que reduziria o custo das empresas que compõem a ANEF. “Com a recuperação do bem mais rápido, em caso de inadimplência, os custos de financiamento diminuiriam e mais pessoas teriam acesso ao crédito”, diz o presidente da associação, Paulo Noman. Hoje, a inadimplência acima de 90 dias está em 5,3% para financiamentos do setor por meio de Crédito Direto ao Consumidor (CDC).
Entre janeiro e setembro de 2023, as instituições financeiras liberaram 151,3 bilhões de reais para viabilizar vendas a prazo de veículos, 4,6% a mais do que os 144,7 bilhões de reais correspondentes ao mesmo período do ano anterior. Nesse caso, há razão para elogios ao governo federal por parte das financeiras. “O resultado se deve em parte aos estímulos do governo para o setor, ocorrido em junho, e com reflexos ainda para o mês de julho, mas muito também devido às campanhas de incentivo feitas pelas montadoras e pelos seus respectivos bancos”, diz Noman.
O saldo das carteiras de veículos no acumulado até setembro está 10,7% superior em relação ao mesmo período de 2022. São 401,7 bilhões de reais ante 362,8 bilhões de reais. O Crédito Direto ao Consumidor (CDC) mantém a liderança em financiamentos, com 399,4 bilhões de reais, 10,8% a mais do que em 2022.
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