Consumo de petróleo seguirá muito elevado por mais de 40 anos, segundo IBP
Alta de energias limpas ainda não tem sido suficiente para suprir demanda crescente por energia
Apesar da urgência de uma transição energética verde para mitigar os impactos das mudanças climáticas, o setor petrolífero tem muito que comemorar pelas próximas quatro décadas, como indicado por análise do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP). O quadro apresentado é de que, até 2040, o consumo mundial do combustível fóssil seguirá crescendo e se manterá próximo da máxima histórica até 2070, daqui 46 anos, quando de fato começaria a cair. “A partir de 2070, imaginamos que o petróleo vai apenas ser utilizado para a produção química, para alguns usos mais nobres e para dar algum suporte a sistemas de energia”, diz Roberto Ardenghy, presidente do IBP.
O mundo está consumindo cada vez mais petróleo, com os combustíveis fósseis ainda sendo responsáveis por cerca de 80% da geração de energia mundial. Segundo levantamento do IBP, o consumo de petróleo em escala global foi de 99 milhões de barris no ano de 2020 para 103 milhões de barris quatro anos depois. Para 2026, estima-se um consumo anual de 105 milhões de barris de petróleo. O instituto aponta que a maior oferta de energias limpas, como solar e eólica, e, por vezes, hidroelétrica e nuclear, simplesmente não tem ocorrido em ritmo suficiente para suprir a demanda global, por isso a busca por mais petróleo.