Brasil precisa modernizar leis de concessões, diz presidente da Acciona
“É importante o amadurecimento dos contratos de infraestrutura“, disse André de Angelo em fórum realizado por VEJA e Lide
O presidente da Acciona, André de Angelo, defendeu, nesta sexta-feira, 19, que os poderes da República trabalhem pela modernização das leis que envolvem a construção civil e o setor de infraestrutura. Durante o Brazil Economic Forum, evento realizado em parceria por VEJA e o Lide, em Zurique, na Suíça, de Angelo afirmou que, “mesmo que a nova Lei de Licitações seja inovadora, ainda há espaço para evoluirmos”, citando a atualização de regulamentação de parcerias público-privadas (PPPs) e das concessões que trariam maior segurança jurídica para o país.
“É importante o amadurecimento dos contratos de infraestrutura, especialmente os modelos de contratos colaborativos, que trazem inúmeros benefícios e vantagens estratégicas desde a sua concepção”, afirmou. “Com isso, trabalha-se com eficácia e otimização dos recursos, riscos e responsabilidades, para se alcançar os melhores resultados”, concluiu. “O quadro regulatório do Brasil deve ser modernizado, permitindo uma nova realidade de mercado, considerando mudanças positivas nos modelos que já existem em outros países”, defendeu.
Já José Manuel Entrecanales, CEO global da Acciona, afirmou que a empresa enfrentou desafios em sua operação no Brasil por conta de “questões éticas” relacionadas à indústria de infraestrutura. “Passamos muitos anos difíceis porque tentamos nos manter longe dos problemas, digamos, éticos da nossa indústria”, disse. “É uma indústria complicada. Fizemos algumas obras, alguns projetos de infraestrutura relevantes, mas tivemos dificuldade por não pertencer ao status-quo que logo se demonstrou”.
Ele afirmou, no entanto, que a experiência da empresa na construção da Linha 6-Laranja de Metrô de São Paulo deu “ainda mais confiança no mercado brasileiro”. “Estamos ainda mais interessados (em investir no Brasil)”, afirmou. “O Brasil tem talento, tem instituições, tem um sistema econômico invejavelmente estável, tem escala e tem os recursos naturais. Além disso, vimos que as instituições e a sociedade em geral apoiam não só esse grande projeto, mas também outros que, sem dúvida, serão realizados no futuro.”
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