Apesar de conhecer o arcabouço fiscal a ser apresentado pelo governo em breve, a ministra Simone Tebet, do Planejamento, afirmou que a nova regra será bem recebida “por todo mundo”. “O arcabouço vai agradar todo mundo, mas isso não significa que vai agradar 100%. Vai agradar um pouco os dois lados, o governo, que é mais expansionista, mas também prezando pela responsabilidade fiscal”, diz a ministra em evento realizado pela Arko Advice. Nesse sentido, o texto se equilibra entre a flexibilidade e o controle dos gastos.
Quanto à viabilidade do projeto, Tebet baseou sua experiência enquanto ex-senadora para opinar sobre o que pensam os senadores da atual legislatura. “Conheço bem o Senado. No conteúdo, o arcabouço vai agradar a grande maioria dos senadores. Estou confiante que vai ser aprovado no Congresso”, diz. Destacando que a regra fiscal seria crível, de fácil compreensão, Tebet comentou que até quem não é economista vai entender seus princípios.
Tocando em um dos principais assuntos econômicos da última semana, a ministra comentou a manutenção da taxa Selic em 13,75% pelo Banco Central. Tebet não quis opinar sobre o percentual em questão, mas formula críticas ao comunicado do banco em que a manutenção foi anunciada. “Foi uma decisão técnica, temos que respeitar, mas entendo que o comunicado é um documento político. Veio no tom errado. Quando dizem que ‘não vão hesitar em aumentar os juros’, passam uma mensagem errada ao meio político”, diz. Tebet aponta que houveram avanços desde a decisão anterior sobre juros, elencando a âncora fiscal e a reforma tributária, e que isso não estava refletido no documento do BC. De todo modo, a ministra afirmou que a revisão da meta de inflação é um “não-assunto”, algo que, por ora, não é discutido por ela e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
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