A queda de braço entre o jurídico e assessores de Guedes
Assessores temem que o ministro viole a lei eleitoral, utilizando a máquina pública para fazer campanha a Bolsonaro
O ministro da Economia, Paulo Guedes, vem sendo aconselhado por seus principais assessores a vender publicamente os resultados da gestão econômica dos últimos meses — com a queda recente da inflação e o registro de melhora das contas públicas. O movimento foi impulsionado pela aparição do ex-ministro Henrique Meirelles na campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário de Jair Bolsonaro (PL) na campanha eleitoral, e pelas recentes pesquisas eleitorais que mostram Lula com possibilidade de vitória em primeiro turno. Em paralelo, o setor jurídico do Ministério da Economia faz pressão para que Guedes fale menos — não sem razão.
Esses assessores temem que o ministro viole a lei eleitoral, utilizando a máquina pública para fazer campanha a Bolsonaro e seus aliados, o que Guedes ficou pelo menos no limiar de fazer durante palestra nesta quarta-feira 21. O ministro enfatizou os números econômicos da gestão, atacou gestões presidenciais que antecederam a de Bolsonaro e, em São Paulo, exaltou o “ministro” Tarcísio de Freitas, candidato do Republicanos apoiado pelo presidente ao governo do estado. “Mesmo sem falar de política, vocês sabem que pode ser que ele vá fazer um novo trabalho extraordinário aí em outro lugar”, disse Guedes, depois de afirmar que não poderia falar de política.
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