A AstraZeneca alcançou o primeiro nível de empresas globais após se tornar uma das primeiras farmacêuticas a entregar uma vacina eficaz contra infecção de Covid-19. Com isso, aumentou também o grau de observação de investidores e jornalistas sobre suas operações. Nesta segunda-feira, 15, a AstraZeneca apresentou seu relatório anual, com admirável transparência. Nele é possível ver os investimentos, metas, e gastos da companhia. A curiosidade, contudo, recai sobre o quanto os diretores da companhia receberam em 2020, um ano de alta de receitas e do lucro da farmacêutica anglo-sueca.
Pascal Soriot, o CEO, recebeu o total de 15,4 milhões de libras, entre remuneração fixa e variável, equivalente a 115,5 milhões de reais. Já Marc Dunoyer, o CFO, que é o chefe do departamento financeiro, recebeu 7,7 milhões de libras, equivalente a 57,8 milhões de reais. É um salário belíssimo e pode até parecer muito, mas não é tanto quando se compara à massa de quase 75.000 funcionários e colaboradores da AstraZeneca.
Ao longo de 2020, foram gastos com seus funcionários 8,2 bilhões de libras entre salários, previdência e outros custos (109.333 libras por funcionário) — algo perto de 61,5 bilhões de reais (820.000 reais por empregado). Ou seja, além de a empresa pagar muito bem a todos, o salário dos diretores representam apenas 0,2% do total investido na remuneração dos empregados. Uma lição para algumas empresas brasileiras, as quais chegam a pagar mais para seus conselhos e diretores do que para todo o restante da companhia. Ah! Soriot e Dunoyer receberam um aumento de 3% no último ano, idêntico ao do resto de toda a empresa, apesar de terem elevado o lucro em 142%. Os acionistas agradecem.
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