A decisão do Federal Reserve (Fed), o Banco Central americano, de cortar os juros dos Estados Unidos em 0,5 ponto percentual, para o intervalo entre 4,75% e 5% ao ano, não foi unânime — ao contrário da decisão do Copom do Brasil. Por lá, uma diretora votou por um corte menor nas taxas de juros. Foi a primeira divergência em reuniões do Fed desde 2005. O evento evidencia a complexidade do atual momento da economia americana e colocou um ponto de interrogação na cabeça dos investidores. Mais do que isso, algumas falas de diretores do Fed nesta sexta-feira, 21, escancaram que a diretoria definitivamente não está em convergência.
Christopher Waller afirmou em entrevista à rede CNBC que a inflação está desacelerando muito mais rápido do que ele previa e que vê muito espaço para cortar os juros nos próximos 12 meses. “Nosso objetivo é manter a economia forte e a inflação baixa, não importa quem for o presidente. Só não podemos deixar a inflação ficar muito baixa”, disse.
Já Michelle Bowman, a diretora que provocou a primeira divergência do Fed em quase 20 anos, publicou um comunicado nesta sexta-feira em que afirma que a “declaração de vitória contra a inflação é prematura”. Ela diz que os Estados Unidos ainda não atingiram a meta de inflação de 2% e que os principais gastos de consumo pessoal ainda estão subindo no país. “Acredito que um ritmo de corte mais comedido em direção a uma política mais neutra garantirá que mais progresso seja feito para atingir a meta de 2%”, escreveu.
Nesta sexta-feira, o Ibovespa é negociado em baixa de 1,5%, na casa dos 131 mil pontos. O dólar comercial sobe 1,5%, cotado a 5,50 reais.