Herdeiros do grupo Maksoud, antigo dono do luxuoso hotel homônimo que ficava na Bela Vista, em São Paulo, estão disputando o destino de 52 milhões de reais depositados na conta da recuperação judicial do grupo. Henry Maksoud Neto defende usar o montante para pagar credores da companhia, saída da recuperação judicial no final de 2023. Claudio Maksoud, filho do fundador do hotel Maksoud Plaza, Henry Maksoud, espera que o valor possa ser depositado em uma conta ligada ao inventário da família. Para a especialista em sucessão familiar Juliana Raffo, o imbróglio é um claro exemplo de confusão patrimonial. “É uma típica situação de famílias empresárias: a confusão patrimonial entre aquilo que é o negócio — aqui representado pelos interesses dos credores — e o apetite dos herdeiros pelo valor decorrente desse negócio”, diz. Em última instância, confusões do tipo podem colocar o patrimônio das famílias na mira de credores e exposto a riscos da operação empresarial. Raffo afirma que sucessões familiares em geral demandam planejamento, mas comumente isso não ocorre como deveria. “Muitas vezes, em negócios familiares, apenas uma parte dos herdeiros tem aptidão, ou até mesmo interesse, em seguir com o negócio”.