Quem trabalha por perto do ministro das Comunicações, Fábio Faria, garante que a licitação das novas redes de 5G e a privatização dos Correios, previstas para 2021, tornaram-se obsessões para ele. O primeiro desafio é mais simples, até porque a licitação deveria ter acontecido em 2020, mas foi adiada pela pandemia. A única casca de banana é o conflito ideológico do governo com a chinesa Huawei.
O segundo, contudo, é muito mais complicado. Além da resistência política e da modelagem, extremamente complexa, há jabuticabas que só o sistema de estatais do Brasil poderia produzir. Por exemplo, a imunidade tributária dos Correios. São mais de 1,5 bilhão de reais por ano em tributos não recolhidos que, se adicionados à operação, inviabilizaria completamente a empresa. A boa notícia é que novos competidores, principalmente fundos de pensão estrangeiros, mostraram-se interessados na compra nas últimas semanas. Faria vê na venda dos Correios uma chance única, tal qual a privatização do sistema de telecomunicações na década de 1990. Poderá ter seu nome na história do país.
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