“Que joguinho feio” talvez tenha sido a frase que mais ouvi durante a transmissão da final da Libertadores da América. Não do locutor da TV, claro, mas de pessoas me ligando de cinco em cinco minutos. Sei que pode soar como bairrismo criticar uma decisão entre times paulistas, no Maracanã, mas sou obrigado a concordar: que joguinho feio! Na verdade, feio é pouco, a partida foi medonha! É o retrato do futebol na América Latina, nível baixíssimo. É inadmissível que Santos e Palmeiras sejam os melhores times do Brasil. Cuca até fez milagre com um Santos endividado, mergulhado em uma crise financeira gravíssima, mas o Palmeiras gastou uma fortuna para montar um elenco milionário que venceu, mas não convenceu.
O torcedor não está nem aí e tem mais é que comemorar, mas o português Abel Ferreira adotou uma postura covarde, típica dos retranqueiros brasileiros. O Palmeiras é um time sem novidades, que não nos surpreende, como são praticamente todos os times que disputam o Brasileirão. A crise técnica é preocupante e agora virou moda dizer que “fulano mordeu o adversário” ao citar uma marcação mais firme. A última grande novidade do futebol brasileiro continua sendo a passagem avassaladora de Jorge Jesus, que apostou todas as suas fichas em um futebol ofensivo e animou a galera. Nenhum treinador brasileiro, da nova geração, despontou e continuamos colocando em prática ideias ultrapassadas, praticando esse “joguinho feio”.
Estava no Maracanã acompanhado de alguns campeões do mundo e a falta de educação dos torcedores também foi outro ponto negativo: em pé nas cadeiras, cantando durante o hino nacional e sem máscaras. Cuca, após expulsão patética, juntou-se a eles e dali assistiu o lateral Pará falhar no gol do Palmeiras. O futebol da beirinha, posicional e que ataca a bola agoniza. “Que joguinho feio”, o torcedor está certíssimo. Ainda bem que não teve prorrogação, pois do contrário eu teria que ser deselegante e sair de fininho. Me despedi de Jairzinho e Brito e me deu uma saudade que vocês não fazem ideia…