O juiz Luiz Antônio Bonat, da 21ª Vara da Justiça Federal do Paraná, será o convocado para assumir os processos da Operação Lava Jato, em substituição ao ministro da Justiça Sergio Moro, e assumirá o cargo, se assim desejar.
A reportagem de VEJA obteve a listagem final com as inscrições para a vaga de Moro no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). O prazo de inscrição se encerrou na segunda-feira 21, e Bonat superou todos os demais candidatos no critério utilizado para definição do substituto, antiguidade na magistratura com desempate definido pela melhor colocação no concurso público.
Bonat nasceu em Curitiba e formou-se em direito na Faculdade de Direito de Curitiba em 1979. Ele ingressou na Justiça Federal em setembro de 1993, na 1ª Vara Federal de Foz do Iguaçu. Também atuou na 3ª Vara Criminal Federal de Curitiba e na 1ª Vara Federal de Criciúma (SC), além de varas previdenciárias. É especialista em direito público pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e um dos autores do livro Exportação e Importação no Direito Brasileiro.
Ficou conhecido por ser o juiz responsável pela primeira condenação criminal de pessoa jurídica no Brasil, em 2002. A empresa e seus sócios foram condenados por extrair e depositar areia sem autorização em uma área de preservação ambiental permanente à margem do Rio Urussanga, no município de Morro da Fumaça (SC), impedindo a regeneração da vegetação no local.
Bonat também já atuou ao lado de figuras conhecidas da Lava Jato. Em 2005 ele foi vice-diretor do do Foro da Seção Judiciária do Paraná. O diretor da época era João Pedro Gebran Neto, atualmente relator da Lava Jato no TRF4. Bonat também atuou como juiz convocado na 5ª Turma de Julgamento do tribunal, ao lado do desembargador Rogério Favreto, que em julho do ano passado determinou a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão acabou revogada pelo próprio Gebran.
Substituta
Desde a saída de Moro para o Ministério da Justiça do presidente Jair Bolsonaro (PSL), a juíza substituta Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal de Curitiba, tem sido a responsável pelo caso. Ela conduziu o depoimento do ex-presidente referente ao sítio de Atibaia em novembro do ano passado. Gabriela, porém, não pode assumir os processos da Lava Jato em definitivo por ser juíza substituta.