O polêmico Roger Waters raramente se exime de declarações políticas pungentes e inflamatórias — pelo contrário, elas fazem parte do DNA de suas apresentações ao vivo. De volta ao Brasil após cinco anos de sua última passagem marcante, Waters está no processo de realizar 6 shows de sua turnê de despedida dos palcos, This Is Not A Drill. Na última quarta-feira, 1 de novembro, ele realizou o terceiro em Porto Alegre, onde utilizou o palco para expor imagens do presidente americano Joe Biden ao lado das palavras “criminoso de guerra”, em português.
A crítica ao líder dos Estados Unidos é suscitada por seu apoio financeiro e armamentista ao Estado de Israel e seus ataques à Faixa de Gaza, cenário principal da guerra contra o Hamas, que matou cerca de 1,4 mil pessoas em ataques surpresas a Israel no dia 7 de outubro. A retaliação israelense, até o momento, matou 9.061 palestinos, a maioria deles civis, incluindo 3.760 crianças e, por hora, não parece acabar tão cedo.
Roger Waters chamou Joe Biden de “criminoso de guera” durante shows no Brasil.
A crítica é por conta do apoio incondicional dos Estados Unidos ao ataque de Israel à Faixa de Gaza. pic.twitter.com/tkcbCgsgpx
Continua após a publicidade— José Norberto Flesch (@jnflesch) November 2, 2023
Waters ainda se apresenta em Curitiba, Belo Horizonte e São Paulo nos dias 4, 8 e 11 de novembro. Um dos membros fundadores da banda Pink Floyd, ele sempre manteve uma carreira repleta de protestos, alinhado à esquerda. Defensor da criação do Estado Palestino há longa data, ele é amplamente criticado por israelenses e sionistas, que o acusam de antissemitismo.
Em maio deste ano, as acusações contra o cantor se intensificaram depois que um trecho do seu show no qual ele veste trajes que remetem ao uniforme militar nazista viralizou nas redes sociais. O figurino faz parte de um antigo personagem criado pela banda, o roqueiro Pink, que acredita ser um ditador, e é interpretado pelo artista com intenção satírica e crítica desde os anos 1980. No mesmo mês, o Departamento de Estado da administração Biden reforçou a opinião de que o conteúdo do show era, de fato, antissemita. Waters, por sua vez, nega as acusações e afirma separar suas críticas ao Estado de Israel da crença judaica.
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