Morre Tina Turner, a rainha do rock’n’roll, aos 83 anos
A cantora faleceu em casa, em Küsnacht, nos arredores de Zurique, na Suíça, onde morava
A cantora Tina Turner, considerada a rainha do rock’n’roll, morreu aos 83 anos em sua casa em Küsnacht, nos arredores de Zurique, na Suíça. A informação foi confirmada nas redes sociais oficiais da artista. “É com grande tristeza que anunciamos o falecimento de Tina Turner. Com sua música e sua paixão sem limites pela vida, ela encantou milhões de fãs ao redor do mundo e inspirou as estrelas de amanhã. Hoje nos despedimos de uma querida amiga que nos deixa sua maior obra: sua música. Toda a nossa sincera compaixão vai para a família dela. Tina, sentiremos muito sua falta”, diz o texto.
Nascida Anna Mae Bullock, em 26 de novembro de 1939, no Tennessee, ela começou a se apresentar sob o pseudônimo artístico de Little Ann. Logo, contudo, adotou o sobrenome de Ike Turner, com quem foi casada de 1962 a 1976. Responsável por introduzir Tina na fama por meio da dupla Ike & Tina, Ike era um homem abusivo, que deixou traumas físicos e psicológicos na cantora. Em seu livro Minha História de Amor, de 2018, ela relata que era obrigada a cantar a contragosto, sofria espancamentos frequentes e chegou a ser queimada com café fervente pelo marido.
A coragem de deixá-lo compensou: livre das garras de Ike na vida pessoal, Tina se viu emancipada também nos palcos e virou símbolo do poder feminino em uma época na qual pouco se falava sobre o tema. Apesar de ter feito seu primeiro álbum-solo em 1974, foi em 1978, já divorciada, que ela assumiu o controle criativo de sua música, com o disco Rough. A insistência rendeu frutos: lançado em 1984, já com Tina na casa dos 40 anos, seu quinto álbum, Private Dancer, foi um grande sucesso, com mais de 11 milhões de cópias vendidas mundialmente. Seu maior hit, What’s Love Got to Do with It, liderou a principal parada americana, fazendo dela a artista feminina mais velha a atingir o topo até então.
A partir daí, a importância de Tina Turner para a música é inquestionável: dona de si e com uma postura poderosa nos palcos, a cantora contagiou multidões com hits como Better Be Good to Me e We Don’t Need (Another Hero) — esta última, tema de Mad Max 3 — Além da Cúpula do Trovão, filme em que atuou como vilã. Ela brilhou também no musical Tommy.
Ao longo da carreira, Tina enfrentou outros traumas. Seu filho mais velho, Craig, se suicidou em 2018, aos 59 anos. Em 2022, outro filho, Ronnie, morreu de câncer, aos 62. Em 2016, a própria cantora revelou que se tratava da doença. Tina era casada com um alemão e, aos 83 anos, levava uma vida reclusa na Suíça.