O empresário e produtor musical Quincy Jones, que morreu neste domingo, 3, aos 91 anos, para além de todo o seu talento na produção de álbuns revolucionários, como Thriller, de Michael Jackson, também foi um ativista contra o racismo nos Estados Unidos. Ao lado de Frank Sinatra, com quem teve uma prolífica parceria, eles ajudaram a derrubar várias proibições segregacionistas no país, onde era proibido que pessoas negras assistem aos shows. Sinatra jamais concordou com esse racismo e se negava a apresentar em estados americanos onde esse tipo de política era aplicada.
Com Quincy Jones, Sinatra se recusava a ficar em hotéis, tocar em clubes ou fazer shows em estados onde as pessoas negras não eram admitidas. Graças a essas iniciativas, Las Vegas rapidamente mudou essa política. No passado, grandes artistas negros, como Sammy Davis Jr. e Harry Belafonte, eram permitidos fazer shows nos palcos, mas não se hospedar nos hotéis nem comer lá. Eles eram obrigados a comer na cozinha, por exemplo. Sinatra dizia que o dinheiro não era preto nem branco, era verde.
Quincy Jones tinha 29 anos quando começou a trabalhar com Frank Sinatra, que era 18 anos mais velho. Em entrevista ao jornal El País, em 2018, Jones disse: “Em 1964, quando estava em Las Vegas, havia lugares nos quais se supunha que não podia entrar por ser negro, mas Frank [Sinatra] deu um jeito para mim. Para as coisas mudarem, são necessários esforços individuais como esse. É preciso que os brancos perguntem a outros brancos se querem realmente ser racistas, se acreditam de verdade nisso. Mas cada lugar é diferente. Quando vou a Dublin, Bono me faz ficar em seu castelo, porque a Irlanda é muito racista. Bono é meu irmão, cara. Ele batizou o filho dele com o meu nome”, contou.
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