Desde que lançou o disco Cowboy Carter em 29 de março, Beyoncé tem dominado debates musicais na internet — seja pelas influências das 27 canções, pelos samples que bebem até do funk ou pelo contexto político em torno da obra — e, como recompensa por tal impacto, chegou neste domingo, 7 de abril, à primeira posição de vendas no ranking americano Billboard 200, tornando-se o nome mais bem-sucedido de 2024 até então. Ao todo, 407.000 unidades foram vendidas, maior desempenho na parada desde o lançamento de 1989 (Taylor’s Version), de Taylor Swift, em novembro de 2023.
É a primeira vez na história que uma mulher repete tal façanha na semana de lançamento de seus oito primeiros álbuns solo, estendendo os mais de 20 anos de sucesso da artista. Já no streaming, Beyoncé teve a melhor semana de sua carreira, com mais de 300 milhões reproduções. No campo da mídia física, o álbum também foi responsável pelo mais intenso consumo de discos de vinil do ano, segundo a Variety.
Ao todo, o sucesso não é o mais explosivo da carreira da cantora, mas o maior desde Lemonade, e a consagra no gênero que almejava conquistar: o country. Tomando o filão pelas rédeas, Beyoncé se tornou a primeira mulher negra a estrear no topo de sua parada específica.
Característico do interior rural americano, o gênero é dominado por artistas brancos e tem laços com a direita do país, vide sucessos como Rich Men North of Richmond, que liderou a parada principal da Billboard por duas semanas de 2023. Em 2016, quando compareceu aos Country Music Awards, a cantora sofreu rejeição de boa parte dos presentes tanto por ser um ato pop marcado pelo empoderamento negro, quanto por trazer consigo o grupo The Chicks, ostracizado do meio nos anos 2000 por criticar a Guerra do Iraque. Desde então, Beyoncé silenciosamente planejava reivindicar o gênero para si — o que, a julgar pelo êxito crítico e comercial de Cowboy Carter, já aconteceu.
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