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Outra vez o PT deverá ficar de fora do 2º turno da eleição paulista

Pesquisa Datafolha acende a luz vermelha na campanha de Tatto

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 24 set 2020, 09h05 - Publicado em 24 set 2020, 08h00
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  • Por ter sido a primeira aplicada presencialmente, a pesquisa Datafolha divulgada nesta madrugada inaugura, de fato, a morna, quase fria campanha para prefeito de São Paulo. E confirma o que o PT temia nos seus piores pesadelos: como há quatro anos, deverá ficar de fora do segundo turno.

    O ex-deputado Jilmar Tatto, seu candidato a prefeito, aparece na rabeira da disputa embolado com nove candidatos que não passam de míseros 2% das intenções de voto. Isso ocorre na parte da pesquisa estimulada, quando ao entrevistado é apresentada uma lista com o nome de todos os candidatos.

    O líder da pesquisa é o deputado federal Celso Russomanno (Republicanos) com 29%, seguido pelo atual prefeito Bruno Covas (PSDB) com 20%, Guilherme Boulos (PSOL) com 9%, e Márcio França (PSB) com 8%. Os que dizem que votarão em branco ou nulo somam 17%. E os que não souberam responder, 4%.

    O Datafolha ouviu 1.092 eleitores nos últimos dias 21 e 22. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Na pesquisa espontânea, quando apenas se pergunta ao entrevistado em quem ele votaria se a eleição fosse hoje, Covas tem 8%, em empate técnico com Russomanno (5%) e Boulos (5%).

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    Dos oito prefeitos da capital paulista eleitos desde 1989, três foram do PT – Luiza Erundina, agora candidata a vice de Boulos, Martha Suplicy e Fernando Haddad. Não havia reeleição na época de Erundina. Candidata à reeleição, Martha foi derrotada no segundo turno. Haddad foi derrotado no primeiro ao tentar se reeleger.

    O desempenho de Tatto na eleição deste ano deverá ser pior do que o de Haddad em 2016. Mal começou a campanha, e medalhões do PT, estreitamente ligados a Lula, abandonaram o candidato e aderiram a Boulos. Entre os simpatizantes do partido, 6% dizem que votarão em Tatto, 16% em Boulos e 32% em Russomanno.

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    Tatto não conseguiu na pesquisa sequer pontuar entre os eleitores mais ricos que costumavam votar no PT. E tem 1% das intenções de voto entre os eleitores com ensino superior, usualmente mais próximos da esquerda. Boulos alcança 18% entre os que ganham mais de 10 salários mínimos e 20% entre os mais instruídos.

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    Não fosse o Covid-19 com as restrições de circulação que impõe, Tatto poderia sonhar com maior envolvimento de Lula na sua campanha. Como cabo eleitoral, segundo o Datafolha, Lula sai-se melhor do que o presidente Jair Bolsonaro, que apoia Russomanno, e o governador João Doria (PSDB) que apoia Covas.

    Mas além do Covid-19, Lula tem outro empecilho para suar a camisa por Tatto: o apoio que recebeu de Boulos quando estava preso em Curitiba. Lula sente-se em dívida com o candidato do PSOL e espera que Tatto compreenda isso. Nada de pessoal contra ele.

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