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O incêndio federal

A fogueira de conflitos queima na gestão Lula 3

Por Murillo de Aragão Atualizado em 3 jun 2024, 16h45 - Publicado em 21 abr 2024, 08h00
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  • O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha
    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (Washington Costa/MF/Divulgação)

    No coração do Planalto Central, uma grande fogueira de vaidades, desacordos e inaptidão, atiçada pela política nacional e suas contradições, queima intensamente. Hoje o governo encontra-se ainda confinado em suas próprias limitações mentais e ideológicas, o que bloqueia a realização do seu vasto potencial. O resultado é uma administração confusa, desorganizada, fragmentada e sem uma narrativa coesa. Além de não ter a capacidade de moderação e contenção perante os demais poderes.

    Essa fogueira é alimentada por diversos pontos de conflito. Um trio de ministros essenciais do governo, Haddad, Padilha e Costa, demonstra falta de harmonia. Outro ponto de combustão é a relação entre o Executivo e o Congresso. Além dos desafios das pautas propostas, Arthur Lira e Alexandre Padilha enfrentam desentendimentos. Tampouco há um entendimento de como opera o semipresidencialismo em vigor.

    Enquanto isso, a economia enfrenta incertezas no âmbito fiscal e monetário, com redução mais lenta da taxa de juros. A mudança da meta fiscal também enfraquece a narrativa do governo e mais parece ter sido imposta pelas circunstâncias do que decidida pela equipe econômica. O mercado financeiro está inquieto e preocupado com eventuais intervenções nas estatais, aumento dos gastos públicos e busca de arrecadação.

    Um outro problema significativo é a greve branca dos servidores públicos. Há uma paralisação proposital na emissão de licenças pelo Ibama, representando uma forma de pressão sobre os setores econômicos do país e atrapalhando empresários e trabalhadores, com imenso prejuízo para a economia, o emprego, as exportações e a geração de empregos. O governo não sabe como resolver a questão, que já se arrasta há meses. Outros desafios se acumulam nas áreas de saúde e segurança pública, e a agenda da reforma tributária fica comprometida pelo contexto eleitoral.

    “A administração é confusa, desorganizada, fragmentada e sem narrativa coesa”

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    Lula parece isolado e sem apoio estratégico para lidar com tantos focos de incêndio. Também parece mais dedicado às suas convicções do que ao cansativo gerenciamento de egos entre os seus ministros. Além disso, o Executivo falha na comunicação, dando mais espaço, por inércia e ineficiência, aos conflitos do que a suas realizações e conquistas. Sem uma estratégia efetiva de gerenciamento de crises, encontra-se atrelado às suas próprias confusões, como ilustrado pelos casos da Vale e da Petrobras, que resultam em perdas para os acionistas, incluindo para os fundos de pensão dos funcionários públicos.

    Para não ir longe, três cenários essenciais devem ser examinados, ainda que não garantam o fim do vaivém político: uma improvável melhora substancial de desempenho; uma melhora parcial e inconstante de desempenho; e a catástrofe completa. Mesmo com o governo tropeçando nos próprios cadarços, o cenário de confusão e fracasso, muito provável de permanecer como incômodo, poderia ser freado de algum modo. Como? Lula deveria reorganizar o seu time e intervir pessoalmente de forma mais clara e decisiva. Lula 3 precisa começar.

    Publicado em VEJA de 19 de abril de 2024, edição nº 2889

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