Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês

Murillo de Aragão

Por Murillo de Aragão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Continua após publicidade

Campanha antecipada

Mesmo com indefinições, corrida presidencial já está em curso

Por Murillo de Aragão 23 jun 2024, 08h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • As declarações do presidente Lula afirmando que será de novo candidato à Presidência para evitar o retrocesso de um eventual retorno do bolsonarismo ao poder, juntamente com a propaganda eleitoral do PL, na qual Valdemar Costa Neto afirma que Bolsonaro é candidato — e, se não for, escolherá os nomes para a chapa —, em conjugação com as eleições municipais, deflagraram a pré-campanha eleitoral de 2026.

    Em uma longa entrevista, Lula atacou Campos Neto, presidente do Banco Central, dizendo que ele não tem autonomia, já que dependeria do mercado. Lula ainda o comparou ao ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro, insinuando que Campos Neto teria pretensões políticas. A pressão pública de Lula não mudou o rito do Banco Central sobre a definição da taxa Selic. Esses são exemplos pontuais das movimentações típicas do período que se inicia: declarações bombásticas, propaganda partidária, articulações de bastidores e, obviamente, a disputa municipal. A campanha deste ano é um momento comparável às eliminatórias da Copa do Mundo, em que apenas os mais fortes avançam para as finais. Os partidos vencedores ficam “cacifados” para as eleições gerais em 2026 e vendem caro o seu apoio.

    No âmbito federal, Bolsonaro confia que conseguirá ser elegível. Para alguns, ele seria um melhor cabo eleitoral do que candidato presidencial. Por outro lado, Lula mantém suas cartas fechadas, sem dar espaço para movimentações internas, apesar das especulações sobre supostas pretensões de alguns ministros. Ao lado das declarações e movimentações que marcam o início da temporada eleitoral de 2026, as eleições dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, que vão ocorrer no início de 2025, também embaralham o cenário da pré-campanha presidencial.

    “As eleições para os comandos da Câmara e do Senado também embaralham o cenário”

    Lula, obviamente, não quer conviver com presidentes do Congresso que não sejam aliados. Já Bolsonaro deseja ter comandantes do Legislativo que o ajudem a ser elegível. A equação se mostra complexa também porque os partidos que elegerem os novos presidentes no Congresso podem não estar alinhados com o atual governo. Legendas como PSD, Republicanos e União Brasil, que integram a base de Lula, não devem apoiar uma candidatura petista, salvo uma reviravolta positiva na popularidade do presidente.

    Continua após a publicidade

    Enfim, Lula está entre a cruz e a caldeirinha: para ter governabilidade, precisa do apoio daqueles que podem não apoiá-lo em 2026. Como modular as relações de desconfiança? Mas Bolsonaro também enfrenta um dilema: conseguirá anular sua inelegibilidade? Quem seria seu candidato presidencial? Outro desafio de Lula é iniciar uma pré-campanha eleitoral sem ter um governo organizado e com narrativas consistentes.

    Fato é que a pré-campanha se inicia cheia de indefinições. Ainda assim, já está em curso. O que não é bom para o país, pois desvia a atenção da política para a disputa pelo poder, e não para o enfrentamento de nossos desafios como nação. Os dois protagonistas têm grandes desafios. Um não sabe se será candidato e o outro ainda não organizou o governo e terá de enfrentar uma pré-campanha.

    Publicado em VEJA de 21 de junho de 2024, edição nº 2898

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    1 Mês por 4,00

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.