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Rebelde sem causa: Gaetz derrubou presidente da Câmara; e daí?

Briga interna pelo poder prejudica o Partido Republicano exatamente no momento em que deveria se aproveitar das fragilidades dos democratas

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 10 Maio 2024, 08h45 - Publicado em 6 out 2023, 08h17
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  • Rep. Matt Gaetz (R-FL)
    WASHINGTON, DC - JULY 18: Rep. Matt Gaetz (R-FL) attends a House Armed Services Subcommittee on Cyber, Information Technologies and Innovation hearing about artificial intelligence on Capitol Hill July 18, 2023 in Washington, DC. The hearing focused on barriers that prevent the Department of Defense from adopting and deploying A.I. effectively and the risks from adversarial A.I. (Photo by Drew Angerer/Getty Images) (Drew Angerer/Getty Images)

    Não interrompa o inimigo quando ele estiver cometendo um erro. A máxima napoleônica foi estritamente seguida pelo Partido Democrata ao votar por unanimidade com o punhado de sete rebeldes republicanos liderados por Matt Gaetz para derrubar o presidente da Câmara do próprio Partido Republicano, Kevin McCarthy.

    Qual o resultado disso? Nada vezes nada para os republicanos. Ao contrário, os rebeldes de Gaetz, ao tentarem se passar por ativistas antissistema, reforçaram a imagem de que o partido é disfuncional, age contra seus próprios interesses e reflete tudo o que há de errado com Washington – a palavra é usada com metáfora da política, da mesma forma que dizemos Brasília, querendo dizer “Brasília”.

    Para o eleitor comum, que não fica grudado o dia inteiro no noticiário, é difícil entender o combate narcisista (bem, é um pleonasmo quando envolve políticos) que motivou a queda de McCarthy. Gaetz o acusava de fazer acordos de bastidores com o governo Biden para liberar ajuda à Ucrânia. Deveria ser cumprimentado e não derrubado se isso for verdade.

    Transformado em nota de rodapé, o ex-presidente da Câmara, com apenas dez meses no cargo, não era nenhum gênio, mas estava exercendo com competência uma tarefa de bastidores, a arrecadação de fundos. Agora, nem isso sobrou.

    “O Partido Republicano deveria expulsar Matt Gaetz”, escreveu Newt Gingrich – na época em que foi presidente da Câmara, nos anos 90, era considerado o mais extremo direitista; hoje, passa por estadista moderado.

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    Gingrich chamou Gaetz, um deputado pela Flórida de 41 anos e currículo instável, de “traidor”.

    É pesado, mas compreensível. Muitos analistas têm a impressão de que os republicanos estão desperdiçando a chance de explorar a vulnerabilidade de um presidente como Joe Biden, que tem 80 anos e índices de aprovação pouco acima de 40%.

    Com toda a rejeição – bipartidária – que o Congresso provoca, na faixa dos 60% da população, os republicanos têm uma enorme vantagem: 53% dos americanos, segundo uma pesquisa Gallup, acham que eles seriam melhores em promover a prosperidade do país nos próximos anos. Apenas 39% escolhem os democratas. Um número maior ainda, na faixa de 57%, acha que os republicanos estão mais bem colocados para proteger o país de ameaças militares e terroristas.

    Com uma faca e um queijo desses na mão, os rebeldes sem causa de Gaetz resolveram cravar o instrumento cortante no próprio pé.

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    Gaetz se declara um ultratrumpista, mas colegas dessa corrente não votaram pela deposição de McCarthy. O próprio Donald Trump mantém uma posição de ambiguidade, inclusive brincando com a possibilidade de que venha a ser eleito presidente da Câmara (como no caso dos cardeais, que teoricamente não têm de ser do clero, não é preciso ser deputado para ganhar o cargo).

    Na média das pesquisas feita pelo RealClear Politics, Trump está com 45,5% das preferências e Biden, com 44,4%. O viés de alta é do ex-presidente, um espanto, considerando-se a quantidade de processos e a combinação de todas as forças do sistema que se articulam contra ele.

    Matt Gaetz, com seu estilo histriônico e mercurial, acabou, contraditoriamente, dando um reforço a esse movimento. Um trumpista que prejudica Trump tem uma certa ironia – ou insensatez, um elemento cada vez mais presente na política americana.

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