Oito anos após a sua morte, um diário até então desconhecido do autor português José Saramago foi encontrado em seu computador. Uma edição será publicada em outubro em Portugal e na Espanha, anunciou nesta terça-feira sua viúva, Pilar Del Rio. A obra, escrita em 1998, ano em que Saramago ganhou o Nobel de Literatura, é o sexto e último volume de Cadernos de Lanzarote.
O nome da série é uma referência à ilha Lanzarote, do arquipélago das Canárias, onde Saramago morou até sua morte, em 2010, aos 87 anos. O volume foi encontrado escondido em uma pasta dentro do computador do romancista, contou Pilar, que chefia a Fundação José Saramago em Lisboa.
“Eu pensava que tudo já havia sido publicado. Fiquei perplexa quando me dei conta que ninguém sabia da existência desse livro”, contou a também escritora e tradutora. Ainda em vida, Saramago fez referência uma vez a esse diário em 2001.
“Eu não gostaria que, justamente no ano em que algo de notável me aconteceu (seu prêmio Nobel), alguém venha me dizer que eu não o fiz”, brincou o autor em alusão a uma sequência da série durante uma apresentação do quinto volume de Cadernos de Lanzarote.
A publicação dessa obra inédita marca, assim, os vinte anos da premiação com o Nobel de Literatura de Saramago, autor de O Evangelho Segundo Jesus Cristo e de Ensaio sobre a Cegueira.