Noticiada nesta terça-feira, 8, a promoção de Antonio Hamilton Rossell Mourão, filho do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, no Banco do Brasil não demorou a despertar lorotas nas redes sociais. Um dos boatos sobre o assunto trata do salário que ele receberá como assessor especial da presidência do banco estatal e a remuneração de seus antecessores do cargo. Rossell ganhará 36.000 reais mensais, o triplo do que recebe atualmente como assessor da diretoria de Agronegócios do banco.
Depois da nomeação do filho de Mourão, a página Fonte de Direita, mantida por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro no Twitter, publicou na rede social alguns tópicos sobre o tema, afirmando que o antecessor de Rossel Mourão no cargo era filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ganhava 100.000 reais, três vezes mais do que ele receberá. Deste modo, sua indicação representaria economia aos cofres públicos.
Por outro lado, outras postagens, feitas em páginas do Facebook, afirmavam que ele ganharia três vezes mais do que o antigo assessor especial da presidência do Banco do Brasil.
Todas essas informações são falsas. Segunda a assessoria do banco, não houve alteração no valor da remuneração do cargo de assessor especial da presidência entre 2018 e 2019. Sendo assim, Rossell Mourão não receberá um valor diferente de seu antecessor.
Além disso, o banco publica trimestralmente seus resultados financeiros e divulga, no relatório Análise de Desempenho, os valores dos maiores e menores salários da instituição. O maior salário do banco, divulgado em 30 de Setembro de 2018, era do ex-presidente Paulo Caffarelli, de 68.781 reais. No quadro de funcionários de escalões mais baixos, o maior salário é de 47.000 reais, conforme a tabela abaixo.
Em comparativo com períodos anteriores, nenhuma das remunerações listadas teve grandes variações e nenhuma delas chegava perto dos 100.000 reais divulgados pela notícia falsa.
O cargo que Rossell Mourão ocupará no Banco do Brasil é preenchido por nomeação dos presidentes da gestão vigente do banco. Rubem Novaes, indicado para presidir a instituição financeira, fez a nomeação do filho do vice-presidente nesta terça. Ele ainda pode escolher dois assessores especiais, cujos nomes ainda não foram confirmados.
Rossell Mourão é servidor do Banco do Brasil há 18 anos. No novo posto, ele vai auxiliar Novaes nas questões vinculadas ao setor. Seu salário como assessor da diretoria de Agronegócios do banco variava de 12.000 reais a 14.000 reais mensais.
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