A vida do brasileiro não está fácil. O país continua sofrendo com a pandemia, embora os números estejam melhorando, e ainda precisa lidar com mais um ministro da Saúde omisso diante da crise mundial que estamos vivendo.
Marcelo Queiroga dá sinais claros de que abaixa a cabeça para o presidente Jair Bolsonaro apesar de ser médico e de ter um compromisso com a ciência. Se confunde no planejamento, nega evidências sobre medidas restritivas e deixa um clima de insegurança sobre o trabalho que está sendo executado pelo Ministério.
Na semana passada, o ministro deu declarações que mostram que seu papel tem sido o de obedecer às orientações de Bolsonaro e ignorar estudos que analisam medidas de proteção contra a Covid-19.
Queiroga se posicionou contra uma lei que obrigue o uso de máscara de proteção facial e criticou uma suposta indústria da multa. O ministro também não concorda com um passaporte de vacina e com restrições de circulação de pessoas que não queiram se imunizar.
“Você começar a restringir a liberdade das pessoas, exigir um passaporte, carimbo, querer impor por lei uso de máscaras para tá multando as pessoas, indústria de multa, nós somos contra isso”, declarou. Isso depois de se envolver na briga federativa de Bolsonaro, segurando a entrega de vacinas para São Paulo e a cidade do Rio.
Sobre a terceira dose, o ministro fez confusão. Na terça, 24, afirmou que só falaria em terceira dose quando avançassem as aplicações da segunda na população. Dois dias depois, na quinta, 26, anunciou o reforço em idosos e pessoas imunossuprimidas a partir da segunda quinzena de setembro.
Também na semana passada, ameaçou estados que não estão seguindo o Programa Nacional de Imunização e afirmou que vai faltar dose se as orientações do Ministério não forem seguidas.
“Se cada um quiser fazer seu próprio regime, não vai dar porque nós não vamos conseguir entregar essas doses. E não adianta ficar noticiando na imprensa que o ministério atrasou, que faltou dose, porque se for diferente vai faltar dose mesmo”, afirmou.
Assim como todos os ministros da Saúde que já passaram pelo governo de Jair Bolsonaro, Queiroga demonstra fraqueza e apatia no cargo. Ninguém supera os erros de Eduardo Pazuello, mas talvez seja hora de Queiroga cogitar sua saída da liderança da pasta que se tornou o foco e a responsável por administrar a crise no país nos últimos meses.
Enquanto negacionistas engolem em seco ao ver que a vacinação está funcionando, Queiroga entra no grupo de quem decidiu seguir Bolsonaro e agora está vendo que as declarações sem sentido estão sendo vencidas pela ciência. Acontece que o Ministro da Saúde deveria estar em outro grupo, lutando para agir conforme as evidências independentemente das fantasias do presidente do país.