A última pesquisa da OCDE reacendeu o alerta da situação preocupante na educação brasileira. Segundo o estudo, o investimento na área caiu, em média, 2,5%. O país só fica à frente da Argentina, castigada por uma longa crise econômica. Hoje, o gasto por aluno é de US$ 3,6 mil na educação básica, bem aquém da média de investimento da OCDE, que é de US$ 11,9 mil.
O reflexo disso é sentido em exames internacionais, como o Pisa. De 81 países avaliados, o país é o 65º em Matemática e o 62º em Ciências.
O governo brasileiro submeteu à Câmara dos Deputados o Projeto de Lei nº 2614/2024, que trata do novo Plano Nacional de Educação (PNE). Este plano ditará os rumos da educação brasileira para os próximos 10 anos. Especialistas em educação acreditam que o PNE pode ser um importante instrumento de melhoria dos resultados educacionais brasileiros, porém, o projeto apresentado pelo Executivo repete fórmulas antigas, que se mostraram fracassadas.
O alerta vem de entidades da sociedade civil organizada, como a “De Olho no Material Escolar”, que tem buscado sensibilizar parlamentares para combater o atraso na educação brasileira. “Não basta ampliar o investimento em educação. O PNE precisa de mais assertividade, transparência, gestão articulada e monitoramento constante. A educação brasileira não pode esperar mais 10 anos para que algo seja feito”, defende Letícia Jacintho, presidente da Associação.
O PNE aguarda decisão da mesa diretora da Câmara dos Deputados para iniciar sua análise nas comissões.